Minha cabeça deu um nó
Que na garganta parou
Que na língua enrolou
Me amordaçou
Me enrosquei toda
Nessa cilada, enlaçada
Emudecida, paralisada
Envolvida que só
Foi um aperto no pescoço
E me deu um troço
Que de ver-te, não posso
Meu corpo eriçou
Imobilizada, desperta
Respiro-te perto
Um soluço incerto
De prazer e furor
É tua máscara na certa
Que esse serviço presta
De me pôr inquieta
Suor e calor
Dói, mas eu gosto
Do gosto, do ócio
Do ópio, do vício
Hipnótico ardor
Que bate e aperta
Segura e espeta
Envolve e aceita
Só lágrima e dor
Que prende e desarma
Fere e amarra
Essa presa sem garra
Essa vítima do amor
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